quem me acompanha por aqui lembra que, no ano de 2019, quando lancei o conceito Afaga Gestão da Pluralidade, o objetivo foi criar uma consultoria para o desenvolvimento de cultura inclusiva nas organizações. me formei em mediação de conflitos pelo Instituto Mediação Brasil durante o término do meu doutorado justamente para melhor servir a este objetivo.
eu fazia posts semanais aqui no site, refletindo sobre desenvolvimento humano LGBT+ nas empresas e organizações do Terceiro Setor. estava tudo encaminhado para o lançamento na cidade de São Paulo, entre fevereiro e março de 2020, o que envolvia toda uma logística com minha mudança residencial do Rio de Janeiro para cá. então a pandemia COVID-19 chegou primeiro e o planeta bugou. não posso dizer que a Terra virou de ponta-cabeça porque ela é redonda, mas muitos de nós tivemos a sensação de que o eixo de rotação do planeta havia quebrado e nossa relação com espaço e com o tempo escapava da nossa compreensão. enquanto o planeta enfrentava este trauma ontológico, provocado por uma doença que levou prematuramente milhões de pessoas queridas para a eternidade, aqui no Brasil nossa situação foi e está sendo mais complexa devido às decisões insanas do Poder Executivo.
o confinamento cobrou seu tributo. quem sobreviveu à mortandade de proporções globais teve as relações sociais e afetivas duramente impactadas. muitas uniões conjugais desintegraram de vez, outras começaram e muitas outras acabaram amadurecendo no processo. muita gente morreu, mas muita gente nasceu. sem dúvida alguma a pandemia resetou nosso funcionamento afetivo e estamos saindo dela muito diferentes do que entramos.
a Afaga também viveu seu próprio período de confinamento, como uma sopa quentinha e saborosa que esfriou e teve que ser guardada no freezer por mais de um ano, esperando um novo momento de ser consumida. retirei do ar as publicações de 2019 porque precisaria rever a forma de expressar minhas ideias, afinal, o planeta ainda está aprendendo a re-significar a existência. o grande desafio foi sustentar a visão de um modelo de negócios que tem o afeto e o acolhimento na sua base, enquanto a humanidade permanecia em lockdown e a vida dos brasileiros era banalizada e negligenciada.
saindo dessas cavernas ontológicas nas quais todos nos metemos, o passo-a-passo nesta reentrada não tem sido fácil, mas fizemos várias coisas nestes dois anos. formamos 4 turmas do curso bíblia, gênero e cultura contemporânea, 2 turmas do curso diversidade de gênero e espiritualidade cristã e estamos com matrículas abertas para a segunda turma do curso: exegese bíblica e diversidade de gênero. estes cursos foram ministrados 100% online, alguns com encontros síncronos e outros totalmente remotos. produzimos conteúdos didáticos sobre grupos minoritários e inclusão para uma pós graduação a distância do Instituto Casa de Vida da Universidade Celso Lisboa, no Rio de Janeiro e finalmente, em janeiro de 2022, fizemos nosso primeiro evento consultivo presencial intitulado: precisamos conversar sobre diversidade de gênero. 40 líderes de organizações religiosas participaram na ocasião e para a maioria deles a reflexão foi profunda e muito positiva. também fui demandada para ministrar um curso on-line para a Nextt Educação intitulado: abrindo o armário: compreendendo a diversidade de gênero.
apesar de ter cara de ONG, a Afaga é um modelo de negócio em gestão do conhecimento subsidiada da Eagle e tem um portfólio de produtos próprio que inclui: cursos, workshops, consultorias, planos de governança, gestão de processos, mediação de conflito e gestão de projetos de captação de recursos. por isso, nos últimos três meses, após a segunda premiação de Menção Honrosa da minha tese doutoral sobre ética relacional (a primeira pelo próprio programa de doutorado da UFRJ e a segunda pela Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento), o fluxo dos acontecimentos nos fez expandir o horizonte de atuação da Afaga para outras organizações do Terceiro Setor.
desde então estamos construindo parcerias com várias organizações que atuam com população em vulnerabilidade social como o Instituto Mãe do Toni (que cuida de mães atípicas, que residem em UTIs pediátricas como acompanhantes dos filhos), o instituto EuPsico (que promove saúde mental numa rede projetos do setor oeste da Grande São Paulo e para todo o Brasil) e o Instituto Casa de Vida (que atende população em vulnerabilidade social na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro).
ao invés de nos limitarmos ao desenvolvimento da cultura inclusiva, nestas organizações nosso papel tem sido o de mentoria na implementação de processos de gestão do conhecimento, gerenciamento de projetos, captação de recursos etc. e aqui coloco em funcionamento toda a bagagem que construí como gestora e como professora universitária nas áreas de administração, empreendedorismo, gestão de projetos, gestão de gente e engenharia do trabalho ao longo de 37 anos de carreira. o afeto e o acolhimento continuam sendo valores que não negociamos, só que agora estamos contribuindo para que empreendedores sociais desenvolvam seus negócios.
se você também precisa ser ajudado na fase pré-seed ou seed do seu empreendedorismo, venha conversar! a Afaga está aqui para acolher de maneira afetuosa sua tentativa de tirar as ideias do papel.
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